sábado, 29 de janeiro de 2011

Crônica de Luiz Fernando Veríssimo "BBB"

Que me perdoem os ávidos telespectadores do Big Brother Brasil (BBB),
produzido e organizado pela nossa distinta Rede Globo, mas conseguimos
chegar ao fundo do poço...A décima terceira (está indo longe!) edição
do BBB é uma síntese do que há de pior na TV brasileira. Chega a ser
difícil, encontrar as palavras adequadas para qualificar tamanho
atentado à nossa modesta inteligência.

Dizem que Roma, um dos maiores impérios que o mundo conheceu, teve seu
fim marcado pela depravação dos valores morais do seu povo,
principalmente pela banalização do sexo. O BBB 10 é a pura e suprema
banalização do sexo. Impossível assistir, ver este programa ao lado
dos filhos. Gays, lésbicas, heteros... todos na mesma casa, a casa dos
“heróis”, como são chamados por Pedro Bial. Não tenho nada contra
gays, acho que cada um faz da vida o que quer, mas sou contra safadeza
ao vivo na TV, seja entre homossexuais ou heterosexuais. O BBB 10 é a
realidade em busca do IBOPE..

Veja como Pedro Bial tratou os participantes do BBB 10. Ele prometeu
um “zoológico humano divertido” . Não sei se será divertido, mas
parece bem variado na sua mistura de clichês e figuras típicas.

Se entendi corretamente as apresentações, são 15 os “animais” do
“zoológico”: o judeu tarado, o gay afeminado, a dentista gostosa, o
negro com suingue, a nerd tímida, a gostosa com bundão, a “não sou
piranha mas não sou santa”, o modelo Mr. Maringá, a lésbica convicta,
a DJ intelectual, o carioca marrento, o maquiador drag-queen e a PM
que gosta de apanhar (essa é para acabar!!!).

Pergunto-me, por exemplo, como um jornalista, documentarista e
escritor como Pedro Bial que, faça-se justiça, cobriu a Queda do Muro
de Berlim, se submete a ser apresentador de um programa desse nível.
Em um e-mail que recebi há pouco tempo, Bial escreve maravilhosamente
bem sobre a perda do humorista Bussunda referindo-se à pena de se
morrer tão cedo.
Eu gostaria de perguntar se ele não pensa que esse programa é a morte
da cultura, de valores e princípios, da moral, da ética e da
dignidade.

Outro dia, durante o intervalo de uma programação da Globo, um outro
repórter acéfalo do BBB disse que, para ganhar o prêmio de um milhão e
meio de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente,
chamando-os de heróis. Caminho árduo? Heróis?

São esses nossos exemplos de heróis?

Caminho árduo para mim é aquele percorrido por milhões de brasileiros,
profissionais da saúde, professores da rede pública (aliás, todos os
professores), carteiros, lixeiros e tantos outros trabalhadores
incansáveis que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com
dedicação, competência e amor, quase sempre mal remunerados..

Heróis, são milhares de brasileiros que sequer têm um prato de comida
por dia e um colchão decente para dormir e conseguem sobreviver a
isso, todo santo dia.

Heróis, são crianças e adultos que lutam contra doenças
complicadíssimas porque não tiveram chance de ter uma vida mais
saudável e digna.

Heróis, são inúmeras pessoas, entidades sociais e beneficentes, ONGs,
voluntários, igrejas e hospitais que se dedicam ao cuidado de
carentes, doentes e necessitados (vamos lembrar de nossa eterna
heroína, Zilda Arns).

Heróis, são aqueles que, apesar de ganharem um salário mínimo, pagam
suas contas, restando apenas dezesseis reais para alimentação, como
mostrado em outra reportagem apresentada meses atrás pela própria Rede Globo.

O Big Brother Brasil não é um programa cultural, nem educativo, não
acrescenta informações e conhecimentos intelectuais aos
telespectadores, nem aos participantes, e não há qualquer outro
estímulo como, por exemplo, o incentivo ao esporte, à música, à
criatividade ou ao ensino de conceitos como valor, ética, trabalho e
moral.


E ai vem algum psicólogo de vanguarda e me diz que o BBB ajuda a
"entender o comportamento humano". Ah, tenha dó!!!

Veja o que está por de tra$$$$ do BBB: José Neumani da
Rádio Jovem Pan, fez um cálculo de que se vinte e nove milhões de
pessoas ligarem a cada paredão, com o custo da ligação a trinta
centavos, a Rede Globo e a Telefônica arrecadam oito milhões e
setecentos mil reais. Eu vou repetir: oito milhões e setecentos mil
reais a cada paredão.

Já imaginaram quanto poderia ser feito com essa quantia
se fosse dedicada a programas de inclusão social, moradia,
alimentação, ensino e saúde de muitos brasileiros?

(Poderia ser feito mais de 520 casas populares; ou comprar mais de
5.000 computadores!)

Essas palavras não são de revolta ou protesto, mas de vergonha e
indignação, por ver tamanha aberração ter milhões de telespectadores.

Em vez de assistir ao BBB, que tal ler um livro, um poema de Mário
Quintana ou de Neruda ou qualquer outra coisa..., ir ao cinema...,
estudar.... , ouvir boa música..., cuidar das flores e jardins... ,
telefonar para um amigo... , visitar os avós... , pescar..., brincar
com as crianças... , namorar... ou simplesmente dormir.

Assistir ao BBB é ajudar a Globo a ganhar rios de dinheiro e destruir
o que ainda
resta dos valores sobre os quais foi construído nossa sociedade.



sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Na teia dos meus pensamentos

A intenção quando criei o blog, era postar trechos de livros que já li, e que outras pessoas estão lendo, mas como os dias são corridos e ficar digitando nem sempre é a melhor coisa a se fazer, resolvi que vou postar o que eu bem entender, junto com os textos que eventualmente estarei lendo.

Um livro intrigante, assustador, realista, triste, inocente “nem um pouco” é o que acabei de ler essa semana “FALCÃO Meninos do Tráfico” de MV Bill e Celson Athayde. Se você tem estômago leia, porque a leitura abre a mente para o mundo lá fora, o mundo que não gira em torno do seu umbigo. E se não tiver estômago arrume um e leia também.

Não irei citar nenhuma história aqui, primeiro que o livro está em casa e segundo, bom, não tem segundo.

Quando comecei a ler pensei...

Nossa mas esses caras estão defendendo o tráfico? Não, estão falando de uma realidade nua e rua.

Bandido justificando o crime. Não, realidade de um pais rico e falido porque fecha os olhos para o que está na cara.

Injustiça! É talvez esse mundo seja injusto mesmo, ou a gente que em vez de tentar melhorar só reclama e fala que não tem mais jeito.

As histórias que li nesse livro são chocantes, me entristeci a cada fim sub-humano que li e me imaginei nas cenas descritas em cada página.

Estive repensando no meu conceito formado, repensado e reformulado sobre o uso de drogas, a única conclusão que chego é que você que faz parte dessa massa que gosta de fumar uns e outros, cheira uma coisinha aqui e outra a li, você que faz uso desta merda que só traz essa tal de liberdade que você prega, seu burro! Liberdade essa que te aprisiona no vício do seu mundo de cão e tira o seu direito de ir e vir. É isso que chama de liberdade?

Você é responsável por esses meninos e meninas do tráfico, do sexo, da imoralidade por conta de um mísero trocado que ajudará só Deus sabe como a comprar o pão nosso de cada dia.

Você é responsável!

Só tem quem venda, porque tem quem compre.

E ainda tem o governo, esse bem... irei repensar e formular mais coisas, e nada que eu disser aqui sobre o nosso governo será diferente do que você pensa.

Só sei meu irmão que pimenta no dos outros é refresco!

Por eu mesma...

Thaiane Duarte